Criar uma Loja Virtual Grátis

MULHERES NA CAPOEIRA

MULHERES NA CAPOEIRA

Atualmente, estima-se 5 milhões de praticantes de capoeira, em 5 continentes, 150 países. Sendo, 40% de mulheres. É fato, que só a partir da década de 80, a mulher iniciou um intenso processo de participação na capoeira, que acompanhou a expansão da arte para outros países. Falar sobre a mulher brasileira na capoeira exigiria observar e contextualizar esta mulher, na luta feminina, no seu espaço e tempo na sociedade, nas artes, política, educação, economia e em várias fases marcantes da história do nosso país. A capoeira, que surgiu na ânsia da liberdade, é cada vez mais praticada por pessoas de diversas culturas. Ensina nossa arte, língua e costumes pelo mundo afora. A proposta é que a capoeira aconteça sem preconceito de raça, cor ou sexo. E grandes avanços temos conquistado durante estes anos. Um deles e que é importante registrar foi o grande bate-papo sobre o tema “Mulher na Capoeira” que aconteceu neste ano, no Capoeirando, em Ilhéus/BA. Um grande encontro internacional de capoeira organizado pela CDO, no qual mulheres de vários países contribuíram com suas experiências. No momento de se apresentarem, observamos que a grande maioria delas eram profissionais de várias áreas: comunicação, engenharia, psicologia, direito, educação física, assistência social, economia, graduadas, com mestrado e doutorado. Todas praticando capoeira, estudando e buscando aprimorar a técnica, adquirir, trocar e amadurecer os conhecimentos em um ambiente saudável. Veja como as coisas mudaram. Neste bate-papo, questões sobre a feminilidade, a posição e o papel da mulher na capoeira ultrapassaram a barreira das línguas em função de algo em comum: sou mulher, e sou capoeirista. Para terminar fizemos uma grande roda. E felizmente, hoje existem mulheres que estão completando trinta anos de capoeira ou mais. Outras tantas que são mestras, contramestras, formadas e professoras que desenvolvem bons trabalhos, valorizando a capoeira, seus fundamentos e técnicas, sem distinção de gênero. A contramestra Vanessa, da Cordão de Ouro de Natal/RN é um exemplo, pois reuniu no Encontro Nacional Feminino de Capoeira “Me leva Morena me Leva” realizado neste ano, mulheres capoeiristas de São Paulo, Ceará e Bahia. O evento foi aberto a todos. Foram três dias de muita capoeira, rodas, aulas, conversas, dança afro-cubana e apresentação dos alunos deficientes. Um sucesso! Além disso, temos outras importantes mulheres no grupo. Percebemos que o público feminino nas academias vem só crescendo. E este foi um dos motivos que levou o Grupo Cordão de Ouro a realizar o Capoeirada, um evento organizado pelas mulheres da CDO da matriz e dedicado a todas as mulheres capoeiristas de todo o mundo. No ano que vem comemoro meus 30 anos de capoeira e estou organizando um grande evento no qual gostaria de contar com a participação em massa da mulherada. Lá no Capoeirada 2009 vamos conversar mais sobre ele. Deixo um forte abraço e muito axé para todos, mulheres e homens que no dia-a-dia estão se respeitando e provando que também dentro da roda somos todos iguais. Talvez nós tenhamos mais charme não é mesmo?

Cristina Bahia – Mestra Morena de Guaratinguetá/SP